Entendimentos

Descanso a minha cabeça, enquanto as palavras se soletram… Repenso no momento, em que alguém me disse que seria usado como puro objecto fugaz. Ali, só o momento valera a pena, os restos seriam repletos de silêncios ou frases já antes feitas.
Aguardo esperançosamente que a fachada não volte à rua, para o bem de todos. Que a injustiça jamais se mostre contra os inocentes.

- pequenos

Ficam mais curtos. Passam. Correm a uma velocidade espantosa. Incrível. Cada vez parecem mais curtos, os dias que estou contigo.

FREE HUGS

ADERE
Não te esqueças:
Coimbra, Praça da República, 14h
10 de Abril
Já era altura de darmos largas aos nossos braços
Para mais informações: http://freehugsask.blogspot.com/

Força

Por mais que alimentemos, o que desejamos ver a salvo, bem no alto e se possível, visível a todos os viajantes neste mundo, a força escassa. Escassa com pena, o sacrifício que tanto reclama uma outra oportunidade. Parte ainda, umas quantas vezes, quando a razão se move para a vanguarda e aí… só o destino se encarrega de desenfrear o futuro.

peripécias das 8h10

E se algum dia vos passasse à frente um episódio meio que atribulado à beira de uma estrada com dois rebentos ou melhor rebentas de uns pais perdidos nesta vasta cidade que é Coimbra? O que fariam?
E mais…
Se esses dois seres, se é que assim se podem chamar, saltassem de um lanço de dois degraus e se esbarrassem no meio do caminho cheio daquele sentimento que se chama amizade?
Pareciam elas que não se viam há cerca de mais ou menos três meses e meio (o meio faz toda a diferença) quando afinal só tinham passado três dias. Até aqui tudo normal, não é da admiração do mundo que ali circulava, até que um dos rebentos que não se encontrava no abraço num rasgo de inteligência e sabedoria afirma com alguma indignação “Epá parem! Parece que estão a fazer sexo a duas!”.
Ok, eu não sei se é só de mim, mas houve ali qualquer coisa que não soou bem… Sexo a duas? Sexo a duas? Mas onde raio é que este jovem foi buscar tal coisa? Na escola? Nos corredores onde tropeça a cada três passos? Sim, já tive o prazer de verificar que tropeça. Não tem equilíbrio.
Pergunto-me agora o que ele quereria dizer com “Parece que estão a fazer sexo a duas!”. Insinuaria talvez, uma suposta relação lesbiana? Ou uma relação hetero?
Nunca saberemos a realidade do pensamento do miúdo, que saliento ter apenas 12 anos. Inicio da puberdade, inicio da estupidez.
A verdade é que nunca este tema fez parte dos textos aqui transcritos, mas não poderíamos deixar isto passar em branco.

Sem esforços

Voltei a abrir os olhos, fiz o essencial e fui por essas bandas, que a cidade tem, nesta altura, iluminadas. Contemplei a sociedade consumista, o seu jeito de se impor e até de se expressar. No meio de tanta balbúrdia, encontrei-me com um alguém, que desconhece tal feitio e começa a verbalizar. Enfim, muita ironia e sabedoria. Tudo como nos anos que passaram, esses tristes e infelizes que já lá vão e não fazem falta. Sobre rodas, a coisa tem muito mais emoção, ficou aprovado. Exclamações, preocupações descontroladas e enfeitadas, uma cara abandonada por sorrisos, uma vestimenta ideal… enfim, nada mais, nada menos que os maxilares doridos de tanto rir.
É sempre bom soltar o que ainda vai dentro.

Recuar

Não sei se é o tamanho, ou até mesmo o suporte onde escrevo, que me faz recuar cada vez mais no tempo. Esse vadio, acompanhado por linhas que sempre me fascinaram e deixaram extremamente louca e decidida em relação aos meios e aos fins que pretendo desde sempre atingir.
A vida é louca minha gente.

território

Ele chegou como se nada fosse. Em silêncio. Explorou o terreno. Quando percebeu as suas manhas, condições, defeitos e tentações marcou o terreno.
Conhece o local como ninguém. Não quer partir. Afeiçoou-se, apaixonou-se.
Agora, se partir vai deixar mágoa, dor. Nada volta a ser o que era. Habituaram-se um ao outro! Não vivem um sem o outro. As flores não crescem, o riacho não corre.
Harmonia.

Tempos de Hoje

Avançando no friso cronológico, cada vez mais é difícil resumir, tudo aquilo que me passa à frente, todos os dias, com diferentes personagens, nos locais mais devidos.
E isso é bom, é sinal que mudo constantemente de ambiente e que cada momento, tem um significado em especial para mim, mesmo que não seja com as pessoas de sempre… Sempre me caracterizaram assim, não gosto de estar muito tempo no mesmo sítio. Mudar favorece acertadamente o meu estado de espírito.

Fumadoras de mentol

De manhã, as ideias surgem… bem fresquinhas
Após mais uma refeição, com os pisos molhados e o céu em tons de inverno, as invenções são procuradas, ou simplesmente repensadas. As mãos foram, postas no bolso, numa tentativa de arranjar trocos, que originassem ou levassem a algo mais fresco e antecipadamente pensado agradável. Não há certeza.
Uma das mochilas agarrou num famoso SG, com essência de mentol e lá foram elas. Tão experientes, quanto a ausência do isqueiro, que pelos vistos dá jeito, no acto em questão. E continuaram, com a mente mais aquecida até ao descer de uma escadaria, que as abrigou do mundo que brincava lá fora. Obtiveram a inteligência necessária, para começar a experiencia, cujo protótipo foi desenhado pela manhã.
Os fumos esvoaçavam em volta das cabeças, atingindo tudo o que era tecido, penetrando-se ainda com aromas desgastantes, que ficaram durante minutos ou até, talvez horas, em labirintos desenhados por entre as linhas que agasalhavam. Certo e sabido que aquilo mata, mais cedo ou mais tarde, permanecendo agora simplesmente com o odor. Será que está tudo? As raparigas não pensavam assim, uma vez que conhecem certamente, indivíduos com os pulmões da cor do alcatrão das estradas de Portugal. Nem vale a pena pensar, nos atalhos de terra batida, por onde os rebanhos costumam passar. Isso não faz parte da sobremesa daquele grupo. Foi um fugir à rotina.
 
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