Indiferenças

Acordo. Olho em volta. O que me terá feito acordar do maravilhoso sonho que estava a ter?
Estavas comigo naquele sonho, não largaste a minha mão nem por um minuto.
Rimo-nos uma e outra vez. Vezes sem conta. Cada gargalhada e sorriso teus preenchiam-me cada vez mais. O teu olhar transmitia-me segurança. Cada palavra de encorajamento transmitia-me conforto, confiança.
Acordei. Olhei em volta. Não estavas lá. Nunca mais estarás da mesma maneira. Os sorrisos, brincadeiras, olhares, palavras desapareceram. Não rapidamente cortando tudo de modo a não deixar dor, mas muito lentamente de modo a sentir cada fio da nossa amizade a partir-se.
Quando começavas a partir senti imenso o abandono, não te podia perdoar, estava longe das minhas possibilidades. Não o merecias. O meu ponto de segurança, conforto, confiança e apoio estava a fugir. A deslocar-se. Tentaste ao máximo que eu o fizesse. “Precisas de um beijinho?”, foram as palavras que me fizeram rir e acalmar a dor.
Ali, sem ti. No meio daquelas pessoas tudo parecia doloroso. Não conseguia evitar a angustia, as lágrimas de raiva. Chorei descontroladamente ao pé de ti, sem perguntares deste-me um beijinho na bochecha direita e eu encostei a minha cabeça no teu ombro e continuei a chorar como se nunca mais fosse capaz de parar.
O tempo passa, os sentimentos também. Julgava que nunca te iria perder. Mas foste tu que me perdeste.
Por mais que tente, não consigo evitar sentir uma indiferença para contigo. A tua presença não me aquece nem me arrefece.
Podes ir embora…

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